Symbian - Saiba o significado de S30, S40, S60 e S80 e Maemo

 Atenção: esse texto foi retirado do site GDHpress

A Nokia é provavelmente a maior fabricante de celulares e smartphones. Algumas pesquisam falam em até 40% do mercado global e até 60% em alguns países da Europa. Como era de se esperar, a linha da Nokia é composta por centenas de modelos, cuja numeração nem sempre é uma indicação clara dos recursos oferecidos.
O 6212 Classic, por exemplo, é um modelos baseado no S40 completamente diferente do 6210 classic (que é modelo com bem mais recursos, baseado no S60), que por sua vez não tem nenhuma semelhança com o 6120 (sem o "classic"), que é um modelo antigo, da época das redes analógicas.
Outro exemplo são o Nokia XpressMusic 5300 e o XpressMusic 5700. Muito embora sejam aparelhos de aparência muito similar, façam parte da mesma linha e sejam destinados a basicamente o mesmo público, o 5300 é um aparelho simples, baseado no S40, enquanto o 5700 é um smartphone baseado no S60, o que explica a diferença de preço.
Uma forma simples de começar a entender e a situar melhor os modelos é entender as diferenças entre os sistemas usados pela Nokia em seus aparelhos.
Todos os modelos lançados a partir de 2003/2004 podem ser divididos em duas grandes famílias: os baseados na interface S40 e os baseados no S60.
Os S60 são baseados no Symbian (que recentemente se tornou um sistema aberto, controlado por uma fundação sem fins lucrativos), enquanto os S40 são aparelhos mais simples, baseados no Nokia OS, um sistema monotarefa, desenvolvido pela própria Nokia.

Embora limitado, o Nokia OS consome pouca memória e poucos recursos de hardware, o que permite que ele seja usado mesmo nos aparelhos mais modestos. O S40 é na verdade uma interface que roda sobre ele, formando um conjunto que, de certa forma, lembra a dupla MS-DOS e Windows 3.1.
A linha baseada no S40 inclui desde aparelhos simples, como o Nokia 6060, que está sendo oferecido de graça pelas operadoras na maioria dos planos, até aparelhos mais parrudos, como o Nokia 6600 Fold, o 6310 e o 6212 Classic.
A maior parte da família S40 é composta por modelos modestos, sem slot para cartão de memória ou bluetooth, mas os modelos recentes são mais encorpados. O Nokia 6300, por exemplo, oferece suporte a cartões microSD de até 2 GB (até 4 GB com atualização de firmware), possui uma câmera de 2 megapixels, bluetooth, players de áudio e vídeo e usa uma tela de 240×320.
Nem todos os S40 nascem iguais. Os aparelhos S40 atuais utilizam em sua maioria telas de 128×160, mas alguns modelos são equipados com telas de 240×320 (assim como os modelos mais caros, baseados no S60), o que melhora bastante a qualidade da navegação web e visualização de textos. Os aparelhos antigos são mais limitados, oferecendo telas de 128×128.
O sistema já possui nada menos do que 6 versões, que vão da primeira à sexta edição. Os aparelhos baseados no S40 segunda edição, como o Nokia 6060 utilizam uma interface mais simples, baseada em menus, enquanto os baseados no S40 terceira edição em diante, como o Nokia 5300 e outros aparelhos atuais utilizam uma interface mais elaborada, muito similar à usada nos aparelhos com o S60
Entretanto, apesar dos recursos, ele é considerado um celular simples e não um smartphone. A grande limitação é que o S40 não possui uma API para o desenvolvimento de aplicativos e não suporta a instalação de aplicativos nativos adicionais. A única brecha para a instalação de programas é o suporte a Java e ao Flash Lite (disponível nos modelos recentes), o que permite instalar aplicativos e jogos simples; diferente dos S60, onde você dispõe de uma grande gama de aplicativos, como mostrei na análise do Nokia 6120 Classic.
Outra limitação é que o S40 é monotarefa, de forma que você precisa fechar cada aplicativo antes de poder voltar ao menu e abrir outro, enquanto no S60 você pode abrir vários aplicativos (até esgotar a memória disponível e chavear entre eles usando a tecla Menu.

É importante notar que o S40 e o S60 são dois sistemas diferentes (ou duas interfaces, como seria mais correto do ponto de vista técnico, já que rodam sobre, respectivamente, o Nokia OS e o Symbian), destinados a públicos diferentes e desenvolvidos simultaneamente. O S60 é o sistema para smartphones, enquanto o S40 é o sistema para aparelhos mais simples, destinados ao público que quer apenas um telefone para fazer ligações, tirar fotos e ouvir música.
Embora ofereçam menos recursos, os aparelhos baseados no S40 são mais baratos e (justamente por terem menos funções e opções) são mais fáceis de usar, o que vai garantir seu lugar ao sol por mais pelo menos alguns anos.
Completando a família, temos também o Maemo, um sistema Linux destinado ao uso em tablets. Atualmente ele é usado apenas no Nokia N800 e no N810, mas pode vir a ser usado em mais modelos no futuro. A idéia é que o tablet sirva como um complemento para o celular, oferecendo um ambiente mais confortável para navegar e rodar aplicativos, usando uma rede wireless, ou a própria conexão de dados do celular, via bluetooth:

Até agora a idéia ainda não pegou, já que a maioria prefere comprar um notebook, ou um netbook, mas a plataforma pode crescer, dando origem a novos dispositivos, ou, quem sabe, a uma classe de "super-smartphones" com telas maiores e mais recursos que os modelos atuais baseados no S60.
Talvez você esteja perguntando onde o S80, usado nos aparelhos da linha Nokia Communicator, como o Nokia 9500.
A resposta curta é que, apesar de possuir um pequeno grupo de usuários fiéis, a plataforma foi descontinuada, dando origem ao Nokia E90, que é o primeiro de uma nova safra de aparelhos, que combina a tela grande (800×352) e o teclado completo usado na linha anterior com uma versão levemente modificada do S60, adaptado para tirar proveito da tela maior. Fechado ele parece um celular normal (embora bastante avantajado), com a tela, direcional e o teclado numérico, mas quando é aberto ele mostra a que veio:

O E90 é um aparelho caro, destinado a um público muito específico, mas é inegável que o formato de mini-notebook seja quase ideal para quem precisa digitar textos longos, editar documentos e navegar sem muitas limitações. Se no futuro conseguirem reduzir o peso e o tamanho, a ponto do conjunto ficar do tamanho de um celular normal, a idéia pode fazer sucesso.
Nas próximas semanas publicarei alguns artigos e tutoriais falando mais sobre as duas plataformas (S40 e S60), incluindo dicas sobre os recursos, softwares e etc. mostrando o que é possível fazer com os aparelhos de cada família.

FONTE E CRÉDITOS TOTAIS: GDHpress